Dia da Umbanda: a celebração da fé, do Axé e do sagrado que habita em nós
- Artes de Odoya
- 15 de nov.
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Nesse Dia da Umbanda, celebramos um chamado à luz, à ancestralidade, ao amor que cura e ao respeito por uma religião que fomenta e busca a harmonia entre as almas que procuram evolução. Os terreiros estão em festa, as velas ardem com mais presença e cada ponto cantado ecoa a lembrança da espiritualidade. 15 de novembro, é mais do que uma data é um chamado para a caridade e o equilíbrio nesses dias tão caóticos e desequilibrados que estamos vivendo nos últimos tempos.
Chegou o momento de honrar nossos ancestrais, acolher nossos irmãos e colocar para fora o que mais importa nessa vida: o amor ao próximo. A Umbanda é fé que abraça, é guia que acolhe, é caminho que ilumina. Essa data marca o nascimento e convite à fé divina, que ela esteja dentro de nós e nunca se deixe apagar pelas energias negativas que nos rodeiam. Essa data carrega um marco espiritual profundo, pois remete ao momento em que a Umbanda, tal como a conhecemos hoje, manifestou-se pela primeira vez na Terra através da mediunidade de um jovem chamado Zélio Fernandino de Moraes.
O nascimento de uma religião brasileira
Em 15 de novembro de 1908, na cidade de Niterói (RJ), Zélio — então com 17 anos — participou de uma sessão espírita onde fenômenos espirituais começaram a se manifestar de modo inesperado. Durante a reunião, incorporou uma entidade que se apresentou com as palavras:
“Eu sou o Caboclo das Sete Encruzilhadas.”
E prosseguiu dizendo que vinha anunciar o surgimento de uma nova religião, que falaria aos humildes, acolheria os necessitados e trabalharia com espíritos de luz que antes eram rejeitados por preconceito: Pretos Velhos, Caboclos, Erês e outros mensageiros da caridade.
O Caboclo anunciou que essa religião teria como base o amor, a caridade, a simplicidade e o respeito à espiritualidade de todos os povos. Essa religião recebeu o nome de Umbanda.
Foi ali, naquele 15 de novembro, que o Axé se abriu como um clarão, dando origem a um caminho que guiaria milhares de pessoas ao encontro da cura, da fé e da evolução espiritual.
A importância do respeito: quando a fé se laço de amor
Falar de Umbanda é falar de diversidade, de diálogo entre tradições, de mãos que se estendem para amparar quem chega ferido, cansado ou perdido. Por isso, o respeito à Umbanda é essencial — não apenas como postura, mas como consciência espiritual.
Respeitar a Umbanda é reconhecer:
A sabedoria ancestral dos Pretos Velhos, que sopram conselhos como quem sopra cura.
A força dos Caboclos, que ecoam a mata dentro do peito.
A alegria dos Erês, que devolvem cor à alma.
A firmeza dos Exus e Pomba giras, guardiões de caminhos e transformações.
A energia de todos aqueles que trabalham na luz e pela luz.
No Dia da Umbanda, o respeito se torna um ato sagrado: abrir o coração para compreender que toda fé que cura merece ser honrada.
Axé: a energia que cria, sustenta e transforma
A palavra Axé, do iorubá àsẹ, carrega um mistério que é também simplicidade. Axé é força que vibra no invisível. É sopro divino. É a energia que faz a vida florescer onde antes havia silêncio.
Quando dizemos “Axé”, enviamos uma corrente de luz que toca a alma do outro e diz:
Que seus caminhos sejam abertos.
Que sua proteção seja firme.
Que sua saúde floresça.
Que sua vida se encha de propósito.
Que o bem se manifeste em cada passo.
Axé é bênção, é movimento, é vida fazendo vida.
Umbanda: o sagrado que acolhe
A Umbanda é dança, é canto, é aroma de ervas queimando, é o abraço que vem do espiritual. É a fé que não exclui, que não aprisiona, que não impõe. Umbanda é casa para quem busca cura, palavra, aconchego, renovação e transformação.
No Dia da Umbanda, celebramos:
A força dos guias.
O brilho das velas.
O silêncio que fala.
O toque do atabaque que desperta memórias antigas.
O Axé que se espalha para quem quiser receber.
Celebramos, acima de tudo, uma religião que não pede nada além de coração aberto e vontade de evoluir.


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